Um homem morreu em Londrina vítima de criptococose, mais conhecida como “doença do pombo”. Sidney José da Silva, 47 anos, trabalhava como taxista e mantinha seu ponto no cruzamento da Avenida Paraná com a Rua Prefeito Hugo Cabral, área localizada na região central conhecida pelo alto número de aves e onde suas fezes são sentidas e vistas diariamente.
Ele estava internado no Hospital Universitário e seu atestado de óbito indica a causa do falecimento como infecção generalizada causada por criptococose disseminada. O sepultamento do taxista aconteceu às 8h30 desta segunda-feira (25), no Cemitério João XXIII.
A morte de Sidney José da Silva traz novamente à tona a necessidade do poder público pensar uma solução para a superpopulação de pombos existente em Londrina. Na região central, especialmente nas proximidades do Bosque Marechal Cândido Rondon, o forte odor e as fezes são comuns. O excremento é justamente responsável pela transmissão da doença.
Quem passa pela região central tem que conviver com
mau cheiro e as fezes das aves
A prefeitura já adotou gel contra os animais, tentou iniciar um estudo sobre sua transferência para a área rural e buscou autorização do Ibama para abate, mas ainda não tem uma solução definitiva para o problema.
Medida emergencial
O secretário municipal do Ambiente, Cleuber Moraes Brito, informou que levará o falecimento de Silva para discussão em uma reunião do primeiro escalão da prefeitura na manhã desta segunda-feira.
“Esse fato da morte do taxista é uma coisa que eu vou discutir, é um fato novo que soma ao drama que estamos vivendo com essa questão. Nessa reunião do secretariado vamos ver se tomamos alguma medida emergencial em razão da gravidade do problema”, disse à reportagem de odiario.com.
No próximo dia 4 de abril, às 19h, no auditório da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) está marcada uma reunião com todos os interessados sobre o controle dos pombos. Uma comissão será formada com representantes da comunidade e poder público para gerir o assunto.
Brito acredita que o grupo de trabalho será importante para pensar na gestão das aves a longo prazo, mas como medida emergencial defende o abate. “Eu particularmente não vejo outra saída nesse momento, se não fizer uma ação de choque com captura e abate para diminuição da população, do número”, colocou.
O abate tentado pelas administrações anteriores sempre foi barrado pelo pedido do Ibama da quantificação das aves. O secretário defende que é possível fazer o levantamento e pretende encaminhar a questão.
Exames
À rádio Paiquerê AM, a diretora da Vigilância Epidemiológica de Londrina, Sandra Caldeira, declarou que ainda é preciso aguardar os resultados de exames em laboratório para confirmar se a morte do taxista foi causada pela transmissão através das fezes de pombos.
Ela informou que o fungo causador da criptococose pode estar presente também no solo, nas árvores e em algumas frutas secas. Outro critério a ser avaliado é se o paciente possuía alguma imunodeficiência.
Os exames de Sidney José da Silva foram enviados para laboratórios fora do Paraná. Sandra lembrou que a superpopulação de pombos é considerada um problema de saúde pública e precisa ser combatida em um trabalho que envolva diversas secretarias.