Nicolas Benette, de 7 anos, foi picado ao colocar o tênis dentro do apartamento no Condomínio Emílio Bosco; prefeitura diz que fará dedetização no local.
Moradores do Condomínio Emílio Bosco, em Sumaré (SP), reclamam da presença de escorpiões nos 28 blocos do residencial. A situação começou a piorar há um ano, com acúmulo de lixo no local, e provocou uma tragédia: um menino de 7 anos morreu. Ele havia sido picado dentro do apartamento, passou seis dias internados no Hospital Estadual de Sumaré e morreu no último sábado (7).
“Não tem explicação [perder um filho]. Aqui no condomínio está cheio de escorpião. Pode acontecer com outra criança”, disse Renata de Carvalho Benette, mãe de Nicolas, de 7 anos.
A criança foi picada depois de calçar um tênis. Nicolas foi socorrido pelo irmão mais velho até a UPA do Matão, e depois transferido para o Hospital Estadual.
“Meu filho mais velho sacudiu o tênis, e o escorpião saiu andando. Foi tudo muito rápido. Não tem como dormir, a situação está muito chocante”, contou Renata.
De acordo com moradores, a presença de escorpiões nos apartamentos é frequente. “Começou de um ano pra cá. Parece que os bichos se alojaram aqui. Já peguei cinco dentro da minha casa”, disse Adriana dos Santos Gonçalves. Vários moradores registraram em fotos a presença dos animais dentro de casa.
Síndico do condomínio há dois anos, Mário Sérgio Ferreira de Freitas explica que a presença de lixo e detritos pelo residencial ajudou na proliferação dos escorpiões. “Fizemos reuniões bloco a bloco, e pedimos sempre para o morador ficar atento a esse tipo de lixo. É complicado, não é fácil.”
No local moram cerca de 3 mil pessoas, e a expectativa é pela atuação no poder público. “Nós pedimos a dedetização no condomínio, estamos aguardando a Vigilância Epidemiológica e a Vigilância Sanitária”, contou Freitas.
Em nota, a Prefeitura de Sumaré informou que a Vigilância em Zoonoses, junto da Secretaria Municipal de Habitação, realizou palestra de prevenção recentemente junto aos síndicos e moradores do condomínio onde a criança morava, orientando sobre a necessidade de manter o espaço limpo, sem acúmulo de lixos e entulhos, a fim de evitar a atração de animais peçonhentos.
“Ficou acordado junto aos síndicos que promovessem o fechamento de ralos, pias, tanques do condomínio para que a dedetização fosse realizada. Todos os apartamentos também foram panfletados. O síndico entrou em contato com a Vigilância em Zoonoses na última semana, afirmando que o trabalho de limpeza e fechamento das caixas havia sido concluído. Desta forma, a Zoonoses agendou para esta semana a dedetização do entorno do local”, informa o texto.
Fonte: www.g1.globo.com/sp/campinas-regiao