O município de Americana, no interior de São Paulo, entrou em estado de alerta após confirmar sete mortes decorrentes de febre maculosa neste ano, o maior registro dos últimos oito anos. A última vítima da doença foi um homem de 37 anos que, de acordo com a Secretaria de Saúde da cidade, esteve no Rio Atibaia, onde vivem capivaras, principais hospedeiras do carrapato, transmissor da doença. No total, a cidade contabilizou oito casos em 2018, apenas um deles com evolução para cura. Outras 18 notificações da doença em Americana ainda aguardam a comprovação de exames.
Transmissão e prevenção
A febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda, de início abrupto, com alto índice de mortalidade, causada por uma bactéria chamada Rickettsiarickettsii, transmitida pela picada de carrapato-estrela. Não há transmissão direta entre humanos. De acordo com o Ministério da Saúde a enfermidade não é sazonal e ocorre durante todo o ano. Porém, o período de maior incidência é o mês de outubro, quando há maior proliferação de carrapatos, podendo variar de uma região para outra. No ano passado, em todo país, foram registrados 123 casos da doença. Conforme Gustavo Pasquarelli, coordenador do Instituto de Infectologia Emílio Ribas da Baixada Santista, a melhor forma de se proteger contra a doença é evitando lugares com risco de infestação de carrapato.
Para quem não consegue evitar essas áreas de risco a recomendação é: usar roupas claras porque facilitam enxergar melhor os carrapatos; colocar a barra da calça dentro das meias, calçar botas; e examinar o corpo cuidadosamente com frequência porque o carrapato transmite a bactéria responsável pela febre maculosa só depois de pelo menos quatro horas grudado na pele.
Sintomas
De acordo com o Ministério da Saúde, os principais sintomas da doença são febre elevada, dor de cabeça e dores intensas no corpo, seguidas de erupções cutâneas, principalmente nas palmas das mãos e plantas dos pés.
Diagnóstico
A confirmação do diagnóstico se dá através de exame de sangue. “A menos que o paciente chegue e fale que foi picado por carrapato, a suspeição da doença só é possível por meio do diagnóstico clínico epidemiológico, ou seja, pelo histórico do paciente. O médico deve perguntar onde ele esteve, se foi picado. Em cidade com mais incidência da doença, o diagnóstico costuma ser mais fácil”, afirmou.
Tratamento
A febre maculosa, segundo o infectologista, não é uma doença que evolui sozinha para cura e precisa de tratamento. “Uma vez que a pessoa foi picada e contraiu a doença só há cura com tratamento com antibiótico”, explica. Pasquarelli afirma que, na maioria dos casos, o tratamento não é complexo, desde que a doença seja diagnosticada rapidamente. Quando não tratada, a bactéria ataca órgãos vitais como coração, rins e o sistema nervoso central, o que pode resultar levar à morte. De acordo com o especialista, a grande taxa de mortalidade pela doença está relacionada ao diagnóstico tardio. “Como é uma doença bacteriana, mas que tem os mesmos sintomas de várias outras doenças virais, o diagnóstico é mais difícil e, além disso, a demora para procurar ajuda médica também faz com que a bactéria se espalhe e evolua para morte”, explicou.
Fonte: Site Bol